no sábado à noite chateei-me com o artista.
depois de sairmos com amigos, ao irmos para casa ele veio com uma lista de criticas em direcção a mim.
primeiro diz que influenciei demasiado as pessoas a mudar de bar, no caso do foxtrot para o cinco, simplesmente porque o foxtrot é caro demais e todos concordaram comigo, disse ao artista que só sugeri e que se ele quisesse ao foxtrot só tinha de o dizer e não tínhamos mudado.
segundo diz que não gostei de como falei com ele quando ele queria ocupar duas cadeiras no cinco com os nossos casacos em vez de ficar no balcão e deixar outras pessoas lá ficar.
terceiro disse que eu fui demasiado agressivo quando disse que um rapaz que apareceu ao bairro sabe-se lá de onde e é amigo do melhor amigo gay do artista parece ter uns trinta anos pois tem a cara demasiado estragada quando eles diziam que ele tem aspecto de puto. disse-lhe que ele uma vez, juntamente com o gamer, andaram a dizer que o A tem cara de rato e? é a opinião deles, não concordei mas caguei. ele ficou a sentir-se mal neste ponto.
e acho que ainda queixou-se de algo mais mas não me recordo.
estas parecem coisas básicas mas já não é a primeira vez que ele diz que eu sou agressivo e manda-me ter calma quando eu estou calmo, isto porque quando acho algo parvo mudo o tom mas não para um mais agressivo, ele é que associa isso a agressividade, juntando isso ao facto de eu ser bastante directo no que digo. e depois não gostei do facto de andar a juntar as coisas que acha mal para dizer-me a lista no fim da noite.
fomos para casa em silencio, entramos na cama sem falar mas depois eu disse-lhe que não percebia a atitude dele. fiquei mesmo chateado, disse-lhe que gosto muito dele e quero muito continuar com ele mas se ele não perceber como eu sou e se andar a tentar mudar-me sempre isto não vai dar. que ele melhor do que ninguém, devia saber como eu sou, que quando eu realmente for agressivo ele vai perceber! não gosto que ele ande atento a tudo o que faço para mostrar que sou agressivo ou que faço algo mal, tal como disse-lhe que ele tem um complexo de inferioridade muito grande, nunca o mandei fazer nada que ele não quisesse, nunca me meti a cima dele, ele é que constantemente mete-se abaixo de mim porque está sempre à procura de motivos para tal, depois queixa-se.
ele disse que também que preocupa-se sempre pois tem medo que os amigos deles fiquem chateado comigo, eu já lhe disse que não quero saber disso, se ficarem chateados é comigo e não com ele, e se realmente ficarem, que o digam. é algo que me irrita aqui em lisboa, as pessoas são demasiado sensíveis, ficham ofendidas com pouco. no norte é caralhadas para todo o lado, dizemos o que bem entendemos e todos se entendem assim, aqui tudo se choca com pouco.
ele pediu-me desculpa, disse que eu tinha razão e que não devia andar com estas ideias, disse que não me quer mesmo perder e foi carinhoso comigo, vai tentar perceber-me melhor.
no domingo fomos passear só os dois para a estufa fria/quente, andei sempre um pouco desanimado e em baixo, ele disse várias vezes que não gosta de me ver triste. ao fim da tarde fomos lanchar a uma padaria portuguesa e dissemos ao andy para ir ter connosco pois vivia lá perto. no fim deixei o artista em casa e ele ainda foi com o andy a um pingo doce lá ao lado (eles vivem perto um do outro). devem ter falado sobre isto pois quando o artista foi para casa ligou-me a pedir novamente desculpa, que não vai mais preocupar-se com o que os amigos dele pensam de mim e não vai mais tentar mudar-me, eu sou o que sou e ele gosta de mim assim. pela conversa parece-me que o andy deve ter-lhe também dito que ele não tinha razão.. anyway, vamos lá ver. não quero andar sempre a ouvir que sou agressivo ou assim, nunca ninguém me tinha dito isto antes mas parece que ele meteu isso na cabeça então andava sempre atento para ver quando me podia culpar de algo.
custa-me pensar se quer em não viver com ele mas caso isto continue dessa maneira, não irei andar a ouvir isto sempre, por isso vou confiar que esta história acaba aqui.
21 comentários:
Faz parte duma relação haver altos e baixos e principalmente haver comunicação entre os dois. Tenta ver o lado dele, não sejas demasiado severo no teu modo de julgar. Ninguém julga o sentimento que tem um pelo o outro mas acho que devem ir aceitando as caracteristicas um do outro.
E sim a decisão de viverem juntos implica que sejam um casal 100%, nao deixem nada por esclarecer.
Na minha opinião deves mostrar-lhe a ele que sentiste que ele tentou perceber e mudar a sua maneira de ver, vai fazer-lhe bem perceber que tu estás satisfeito com isso.. :)
abração
claro, é o normal de uma relação, não está sempre no topo.
não fui demasiado severo com ele mas disse-lhe que isto não pode ser sempre assim, uma coisa é ele ver que eu faço algo de mal outra coisa é ele criticar como eu sou mesmo, várias vezes. isso cansa. ele percebeu-me. agora vou deixar a discussão entre nós para trás pois acredito que ele não continue a bater nesta tecla.
hug
O meu namorado deve ser de Lisboa. Eu sou naturalmente um bocado brusco a falar. E ele às vezes ofende-se com algo que para mim é pouca coisa...
é muito provável que seja.. não percebo porque é que as pessoas ficam ofendidas com pouco.. depois andam sempre chateados com toda a gente!
O pessoal de Lisboa estava tramado se viesse viver para o Norte, então! xD
Nós somos mesmo épicos, modéstia à parte!
Coisas dessas acontecem em todos os relacionamentos. Até te digo mais - um relacionamento onde as pessoas nunca discutam, é muito mau, quer dizer que algo está muito errado. Assim além de permitir ambos se conhecerem melhor, também permite aprofundar os laços, caso as coisas fiquem bem esclarecidas. Talvez ele tenha sido demasiado severo contigo, acho um exagero andar a "controlar-te" para depois te dizer em determinadas ocasiões. Se ele age assim, é bom que se recorde que ninguém é perfeito e que ele próprio também terá os seus defeitos, como todos nós. ^^
Acima de todo, amor, caralho! E entre vocês, muito sexo! xD
Abração :3
ahah somos sim!
concordo com isso, sempre disse o mesmo, é preciso discutir em relações (não demasiado claro).
ele vai deixar de o fazer claro, aos poucos ele também percebe as falhas dele.
ahah muito mesmo!
abraço
Digo-lhe só uma coisa, após a sua referência absolutamente miserável ao facto de as pessoas de Lisboa serem sensíveis ficarem ofendidas com pouco: tenho muito orgulho em viver num sítio onde as coisas não precisam de "caralhadas para todo o lado" para serem resolvidas. Pelo contrário, são tendencialmente resolvidas de forma calma e ordeira. Chame-lhe o que quiser (cobardia, falta de frontalidade), mas a verdade é que não há nada como a urbanidade. Passe bem e aproveite para conhecer melhor a nossa cidade.
@Anónimo
és o perfeito exemplo que as pessoas em lisboa se ofendem com pouco! ahah
eu só dei a minha opinião, se não gostas dela, azar :)
Meu caro, não me ofendo quando diz que as pessoas de Lisboa se ofendem com pouco, pelo contrário, penso que é uma mais-valia (embora, como é evidente, numa grande cidade haja todo o tipo de pessoas, as que se ofendem com pouco e as que não se ofendem com nada). Só penso que algo vai mal quando alguém tem orgulho em que as coisas se resolvam à caralhada na sua terra natal. E eu não gosto da sua opinião nem deixo de gostar, V. Exa. é que tem um blog com comentários abertos e, como tal, sujeita-se a ver todo o tipo de opiniões, portanto a frase ''se não gostas dela, azar'' aplica-se a si.
ainda estou para encontrar onde é que eu disse que no norte as coisas se resolvem com caralhadas :)
É o que se pressupõe quando diz que todos se entendem bem assim...
nop, é o que tu pressupões. no norte as pessoas dizem muito mais caralhadas mas em conversas normais, muito facilmente se chama de filho da puta a alguém numa conversa ou numa brincadeira e não no mau sentido, por exemplo alguém faz uma rasteira a outra pessoa e a resposta de quem fez a rasteira é logo "és mesmo um cabrão filho da puta" and that's it.
não estou a dizer que é melhor ou pior que em lisboa no que toca à caralhada fácil, até porque eu mesmo sendo do norte raramente as digo, mas se dissesse isto aqui em lisboa as pessoas ficariam logo ofendidas o que para mim é parvo, só se deve ficar ofendido quando algo é dito com más intenções e não numa brincadeira.
agora quando se tem de resolver alguma coisa, tu dizes que preferes que as coisas sejam resolvidas calmamente, também eu prefiro, o problema é que o resolver calmamente para muitas pessoas daqui significa não resolver, ou seja, calar e guardar rancor. para mim isto é pior do que discutir, deitar tudo para fora, chatear-se mas passado uma semana ambos pedirem desculpa e a amizade ficar fortalecida pois chegaram a um entendimento.
Resolver calmamente significa não resolver? V. Exa. partilha, portanto, da opinião de quem diz que a boa educação e a frontalidade são incompatíveis. E que não há nada como uma boa pancadaria verbal para arrumar de vez com o assunto. Fique sabendo que é esse sistema, que tende a considerar que só é frontal quem usa calão e mesmo asneiras, que tem minado a mentalidade deste país de gente ordinária, sem respeito pelos outros, que aplaude os demagogos e menospreza quem consegue fazer passar a sua mensagem, cheia de significado, nas entrelinhas. Sistema do qual Lisboa (algumas pessoas de Lisboa) tem sido uma honrosa excepção. E olhe que as coisas ditas nas entrelinhas conseguem ser muito mais contundentes...
oh meu amigo, estás a querer interpretar o que eu digo da melhor maneira para ti, em lado algum eu disse que as coisas se resolvem com uma pancadaria verbal.
cá em lisboa és preso por ter cão e preso por não ter. se és 100% directo e frontal, és visto como arrogante; se és "politicamente correcto" és visto como potencialmente falso e uma pessoa que não é directa.
e dizer as coisas entrelinhas = várias interpretações e males entendidos, confusões e problemas. um amigo diz as coisas na cara por mais duro que seja ouvir, não manda achegas.
mas shor anónimo, já vi que o seu objectivo e dizer mal de tudo o que eu diga mesmo sem tentar perceber o que quero dizer.
e as opiniões são como as pilas, cada um tem a sua :)
O meu objectivo não é criticá-lo por criticar, até porque não o conheço de lado nenhum nem é esse o meu carácter, mas sim fazê-lo ver que as generalizações que faz no seu post não passam disso mesmo: generalizações.
Mas enfim, como disse o sempre pertinente Vasco Pulido Valente:
"As pessoas em Portugal gozam de total impunidade. Escrevem um livro e se alguém vem dizer que o livro é mau, tentam intimidar. Disseste mal de mim? Então és bêbado! Ou mais sofisticado: és invejoso. Não percebem que se discute o livro e não quem o escreveu."
Adaptando a este contexto: V. Exa. não percebeu que eu discuto o seu post, não quem o escreveu.
E tu? Percebes o artista? É que ao ler este post na diagonal leio "eu, eu, eu eu eu eu eu eu eu eu e se não perceber o "eu", olha não dá". Gostava mais de ter lido "nós".
aqui existe muito "eu" porque era de mim que estávamos a falar, de como eu sou. e eu também não sou daquelas pessoas que contra ataca com criticas à outra pessoa quando me criticam, logo, não ia entrar um "tu" comigo a falar dele.
e claro, depois de tanto tempo se se chega a um ponto que ainda não percebe como sou e está a criticar a minha maneira de ser como criticou, algo não está bem.
e eu percebi o artista, não quer dizer que concorda-se.
E se calhar ele tinha mais razão do que te julgas. E como saberás muito bem, a verdade andará no meio... e numa discussão nunca há só um teimoso. E para que um relacionamento resulte há que existir muita cedência e partilha, quer pelos gostos de um, quer pelos gostos de outro.
mas volto a dizer, nesta discussão só se falou de mim, ninguém está a falar do que ele gosta ou não gosta, cedências, etc. ele passou uma noite inteira a ver todo os movimentos, controlar-me e depois a criticar tudo, desculpa mas isto não é correcto nem há muito mais a dizer sobre isto.
Deixe lá, N a m o r a d o... mesmo que o outro rapaz tivesse eventualmente razão (não conheço os pormenores do caso), nunca veria essa razão reconhecida pelo autor deste blog, pelo simples facto de que é de Lisboa e, como tal, "ofende-se com pouco". Daqui se conclui que devia era estar caladinho (sendo que, caso não dissesse nada, seria acusado pelo autor deste blog de falta de frontalidade, também por ser de Lisboa). Nada a fazer quanto a estes radicalismos preconceituosos e inexplicáveis...
uuuuuhhh boa tarde anónimo :)
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