quarta-feira, 21 de agosto de 2013

jantar fora da minha praia

eram quase sete horas quando eu estava a passear pela massimo dutti da av. da liberdade enquanto esperava pelo pm. ele estava atrasado, "logo à noite vou apalpar-te o rabo para compensar o teu atraso!" foi o que lhe disse.

entretanto lá me fui sentar num banco e ele pouco depois pergunta-me se eu não estava na massimo, foi lá ter sem me dizer nada. fui ter com ele à porta da mesma.


ele é alto, não estava à espera de uma diferença tão grande mas são uns treze centímetros notam-se. apanhei um choque inicial pois ele pareceu-me bem diferente do que eu idealizei através das fotos que me mandou, é um rapaz normal com algumas características interessantes, tem um sorriso bonito com a boca, é pena que ele não sorri com os olhos também.

sentamos-nos num banco da avenida e ficamos lá a conversar, desde música (diz que quer aprender muito sobre música comigo visto eu ter bons gostos), gadgets (gosta muito de tecnologia, telemóveis e tal), jogos (tem as consolas todas e alguns jogos e gosta de ir jogando de vez em quando, é tipo eu), o acidente de carro que ele teve, entre outras coisas. foi mais ou menos uma hora e meia no paleio. 

entre a conversa ele disse que nunca tinha combinado um jantar assim com alguém que não conhecia pessoalmente, que era um risco mas que achou que valia a pena corre-lo. 

eu sou um pouco distraído nas conversas, esqueço-me de muita coisa que me dizem, ele pelo contrário toma muita atenção a tudo o que digo e não se esquece de nada, sinto-me bem em sentir todo o interesse dele.

fomos então para o restaurante. epá, aquilo é chique demais para o que eu estou habituado, venho de uma família bem humilde que nunca na vida foi a um restaurante assim. receberam-nos à porta, levaram-nos para a mesa reservada e levaram a minha mochila para o bengaleiro. agradeci a mim mesmo por ter bom gosto na roupa que uso pois não me senti nada mal vestido para aquele local. 

trouxeram a ementa e eu não sabia o que era nenhuma das entradas! nenhuma! para além de ficar assustado com os preços, eu geralmente janto por cerca de metade do preço de uma daquelas entrada. então ele pacientemente explicou uma a uma para eu escolher, fiquei por um carpaccio de salmão, não desgostei mas achei enjoativo por causa do azeite, tinha azeite demais para o meu gosto.

para beber ele pediu um mojito com champanhe e eu pedi um cocktail baseado em ananás sem álcool, estava mesmo bom! falamos sempre durante toda a refeição, tínhamos sempre conversa.

como prato principal eu não pude escolher, ele levou-me a este restaurante especialmente para eu poder comer a melhor picanha que ele alguma vez comeu, feita de kobé beef, pediu então meio quilo dessa carne, para não dizer que o preço era oitenta euros, eu sentia-me um pouco mal só de saber os preços do que eu estava a comer.

como acompanhamento ele escolheu um linguini com trufas pretas. nunca tinha comido trufas, acho que é normal, pelo o que ele me disse, um quilo de trufas custa à volta de quinhentos euros, pelo o que vi agora na net depois de uma pequena pesquisa, o preço pode ser ainda mais alto.

as picanhas foram sem dúvida as melhores picanhas que alguma vez comi e a massa era igualmente muito boa, também mal era, ao preço que foi tinha de ser tudo muito bom.

a meio da refeição veio um empregado perguntar-nos algo e falou connosco em inglês, deve ter pensado que não éramos de cá, acho que principalmente por ele, tem muito mais ar de turista do que eu.

não quis sobremesa, disse-lhe que mais valia irmos ao continente e comprarmos um haagen dazs (o gelado favorito dele) visto estarmos muito cheios para comer uma sobremesa ali (para além de que saia bem mais barato) e comíamos em minha casa.

ele move-se muito correctamente, sempre com postura e elegância, como se todos os movimentos fossem pensados e nada espontâneo, eu não sou nada assim. criamos um choque interessante entre as nossas maneiras de ser. 

meti-o a andar de metro e lá fomos para minha casa. o objectivo seria vermos um filme, mas tendo em conta que chegamos a minha casa eram quase onze horas, esquece lá o filme. 

mostrei-lhe alguns dos apanhados da tvi/rtp que lhe falei a caminho, para mim é crime não conhecer as expressões tipo "eu seii lá, sei lá se é dos chineses ou o caralho menina" ou "vou ter que abandonar, tenho uma consulta às cinco" pois eu passo a vida a dizer este tipo de expressões. ele riu-se com os vídeos. 

uma coisa que não gosto muito nele é não ser tão social como eu, claro que nem toda a gente tem que ser igual mas ele diz-me que só se dá ao trabalho de conhecer e de falar com quem sabe que vai estar de alguma maneira na vida dele, não se dá ao trabalho, como por exemplo o que eu fiz no domingo ao ir falar com turistas para os ajudar ou dar dicas, de falar com toda a gente num grupo mesmo com pessoas que não conheço, de fazer voluntariados e por aí fora, diz que nem se dá ao trabalho de decorar os nomes. eu sou o oposto, acho que qualquer pessoa pode nos ensinar algo, por isso vale a pena falar com toda a gente.

pouco depois encostou-se a mim e depois começou a beijar-me. 
-pm: obrigado por teres voltado a falar comigo apesar de eu ter agido como um estúpido. 
-eu: voltei a falar pois sabia que valias a pena e obrigado pelo jantar!
-pm: não tens que agradecer, o jantar não teria sido bom se não tivesses lá, e se me queres agradecer, deixa-me de vez em quando pagar-te jantares assim, gosto de jantar assim mais ou menos de quinze em quinze dias.

está bonito, fico numa dúvida enorme, primeiro não quero nem vou deixar ele andar a gastar muito dinheiro comigo, não me sinto bem a ser sustentado até porque adoro a minha independência total, segundo, sei que ele gosta de jantar em locais assim e eu não tenho possibilidade de o acompanhar com a minha carteira, só ontem ele deve ter gasto 20% do meu salário, terceiro, eu adoro conhecer restaurantes, era uma das coisas que eu e o meu ex tentávamos fazer sempre que possível, adoro jantar fora.
vou ver como as coisas andam.

ele foi sempre muito fofo comigo, querido com as palavras.
começava a ficar tarde para mim então fomos para a cama, supostamente dormir, mas não dava.. por mais que ele dissesse que não queria ter nada ainda, ele estava sempre a provocar-me, como se a cabeça dele quisesse algo mas o corpo não. então aos poucos fomos avançando e parando (pois ele dizia para pararmos) mas pouco depois ele voltava à carga, acabamos sem roupa, tivemos umas brincadeiras e já foi bom. também não queria mais não vá ele arrepender-se mais tarde. 

a cena é que eu sinto-me muito melhor sendo a pessoa dá o peito e o ombro para a outra pessoa deitar a cabeça mas ele sendo mais algo que eu e porque sempre foi o activo nas relações passadas, sente-se mais confortável nessa posição também. acho que ambos vamos ter de aprender a deitar-nos no peito um do outro.  

disse que gostou muito de estar comigo e quer continuar a estar.
eu também gostei, ainda é muito cedo para pensar a longo prazo mas para já, sinto que quero estar muitas mais vezes com ele.
ele não seria um rapaz que eu notaria se passasse por ele na rua, mas é alguém que me consegue facilmente cativar com conversas.

hoje à noite ele vai jantar a minha casa.

5 comentários:

Anónimo disse...

diverte-te e não te prendas com tantos receios quanto a ele pagar o jantar, pode até ele mesmo sentir-se mal a pensar que estás a recusar só porque sim, por isso de vez em quando aceita :)
Espero que corra tudo bem x

Angie disse...

Uuuuuh que grande saída :P
Bem eu se fosse a um restaurante desses devia fazer uma fugurinha...principalmente pela constante pergunta "isto leva leite, manteiga ou queijo?" xD

Aproveita, parece bom rapaz ;)

Aaron disse...

@Kyle Phillipe
eu recusarei só porque sim porque não quero que ele gaste muito dinheiro comigo :P mas de vez em quando posso aceitar.

@Angie
eu acho que até me portei bem ahah
sim, também acho, com tempo saberei :)

Inefável disse...

Aproveita os jantarinhos e desfruta o momento. Depois, eventualmente, ensiná-lo-ás a satisfazer-se com coisas mais simples. ^^


9 to go.

Aaron disse...

vou aproveitando sim, vamos ver :)